terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Uma pequena mensagem




Vendo um filme infantil com meu filho, eis que aparece um Papai Noel grande, forte, zombeteiro, destemido – um tanto diferente do ícone que estamos acostumados, mas ainda assim reconhecível. Durante uma conversa, fala que pode ser visto como bravo, carismático, protetor, mas que na sua essência está o encantamento pela vida. Aparece uma figura de um boneco bebê representando o seu cerne, com os olhos bem arregalados e que nos faz perceber que busca enxergar a maravilha a sua volta e, desse modo, deixa-se encantar e procura ser encantador...
Parece que o Natal pode ser bem resumido com essa provocação e, diante disso, deixo uma pequena mensagem como lembrança e foco da nossa atenção: que o milagre da vida possa ser visto a cada dia, que nos deixemos encantar pelo fato de simplesmente estarmos aqui, pois a vida nos é dada e acontece a cada instante! É claro que tal atitude é um esforço, não é nada fácil mantermos a maravilha diante de tanta feiura no mundo... Mas se a buscarmos, quem sabe não teremos mais instrumentos para o envolvimento verdadeiro naquilo que nos interessa nesse ano de 2014, a irmos ao encontro do que realmente queremos ver e construir, rumo a tornarmos cada vez melhores conosco mesmos, com as pessoas e com a vida a nossa volta.

Desejo, portanto, a todos os amigos, às grandes companheiras de trabalho, professores, clientes e queridos familiares um Natal de puro encantamento e que 2014 seja de realizações reais, dentro daquilo que acreditamos e queremos erguer, apesar de todas as dificuldades que com certeza irão se colocar!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Raízes

“O enraizamento é talvez a necessidade mais importante e mais desconhecida da alma humana. É uma das mais difíceis de definir. O ser humano tem uma raiz por sua participação real, ativa e natural na existência de uma coletividade que conserva vivos certos tesouros do passado e certos pressentimentos do futuro.”

Simone Weil


Saber onde estão as raízes de cada indivíduo, como ali chegaram a brotar e de que precisam para continuar a nutrir a grande estrutura humana pode levar o ser com maior criatividade e vitalidade ao destino querido.

Da história herdada começa a germinação particular. E, assim, antes de começarmos a falar de um ‘eu’, estamos imersos em uma cultura que nos é dada, uma tradição que é passada e um legado que é deixado pelos nossos genitores. Podemos, portanto, nos sentir abençoados ou amaldiçoados de acordo com o que recebemos, sujeitos a uma grande dificuldade de permitir a iluminação de toda a história para que realmente a raiz lançada possa se fixar. Em alguns momentos, tendemos a exaltar certos aspectos e configurá-los numa verdade absoluta e perfeita; em outros, a omitir aqueles que nos causam maior desconforto, vergonha, culpa ou ira; e ainda tem aqueles em que buscamos nos fortalecer por nós mesmos, com uma negação absoluta de tudo aquilo que foi transmitido.